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PREVENÇÃO DE AGRAVOS NO CONTEXTO DO ENVELHECIMENTO POPULACIONAL

Enfermeira- Rosiane Patrícia Vieira Silva – 25 de julho 2018

RESUMO- O artigo relata pontos essenciais para que a população possa se prevenir dos efeitos negativos do envelhecimento, visto que, no contexto atual, estamos expostos a diversos fatores que podem comprometer nossa saúde. A pesquisa tem a finalidade de apresentar estratégias de prevenção voltadas a hábitos de vida que, ao serem descuidados, podem trazer casos agravantes no estilo de vida da população. Por isso, propõe ações que contribuam para a melhoria da qualidade de vida para um envelhecimento ativo. Os resultados evidenciam a importância de cuidar do corpo desde a juventude, com o propósito de possibilitar um envelhecimento saudável e com menor probabilidade de risco de desenvolvimento de doenças crônicas.


PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento; Saúde; Qualidade de Vida.
ABSTRACT- The article reports essential points so that the population can prevent the negative effects of aging, since, in the current context, we are exposed to several factors that can compromise our health. The research aims to present prevention strategies focused on lifestyle habits that, if neglected, can lead to aggravating conditions in the population’s lifestyle. Therefore, it proposes actions that contribute to improving the quality of life for active aging. The results highlight the importance of taking care of the body from a young age, with the purpose of enabling healthy aging and with a lower probability of developing chronic diseases.
KEYWORDS: Aging; Health; Quality of Life.


1 INTRODUÇÃO
Segundo Barreto et al. (2015) o prolongamento da vida, de fato, é uma aspiração de qualquer sociedade e deve ser comemorado amplamente. No entanto, só pode ser considerado como uma real conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vida. Observa-se que o envelhecimento é um processo natural, entretanto preocupa vários indivíduos, não somente por questões estéticas, mas em relação ao estilo de vida.
O envelhecimento pode desencadear várias doenças e limitações, que impedem o ser humano a praticar tais ações que na juventude era considerado algo simples. As alterações fisiológicas que causam perda da capacidade funcional ocorrem em idades mais avançadas, comprometendo a saúde e a qualidade de vida da pessoa idosa (SILVA et al., 2018).
A falta de cuidado do próprio corpo, principalmente no que se refere à alimentação, atividade física e o acompanhamento em saúde através dos exames de rotina, pode resultar que várias pessoas desenvolvam quadros clínicos graves e, em algumas situações, doenças crônicas irreparáveis que posteriormente podem agravar se não for tratado ao longo do tempo. A ausência de intervenções preventivas tendem a promover estados críticos ao paciente. Além da ausência de cuidado, a condição socioeconômica está diretamente relacionada à maneira como ocorre o envelhecimento populacional, evidenciando que as pessoas de baixa renda enfrentam maiores dificuldades para acessar uma alimentação nutritiva, por não possuir as mesmas oportunidades que uma pessoa com melhores condições financeiras, que possuem mais recursos para manter uma alimentação equilibrada com os nutrientes necessários.

Gouveia (2012) relata que o idoso requer dos profissionais de atenção primária um enfoque que englobe a prevenção e a detecção precoce dos agravos à saúde. Antes do indivíduo aproximar-se da terceira idade, é imprescindível que o cuidado inicie desde 2
cedo, mas o cenário atual é totalmente divergente do que é recomendado. Muitas pessoas deixam de se preocupar com a saúde após receber os resultados negativos.
De acordo com Veras (2008) o envelhecimento populacional é um dos maiores desafios da Saúde Pública contemporânea. Pode-se notar que o envelhecimento é uma realidade crescente não somente no Brasil, mas em todo os países, e com isso, eleva os desafios dos sistemas de saúde pública. Assim como ocorre em várias cidades ao redor do mundo, a baixa taxa de natalidade resulta em um aumento significativo da população idosa, que necessita de cuidados específicos. Esse fenômeno é constantemente registrado em países como Portugal, Itália, entre outros. Portanto, a prevenção de agravos à saúde é fundamental, principalmente para desenvolver estratégias que proporcionem qualidade de vida para essa população.
O artigo tem o objetivo de pontuar abordagens qualitativas que visem atenuar os riscos de doenças agravantes ou limitações associadas ao envelhecimento por falta de cuidados adequados.


2 O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
Avelar (2018) explica que o envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que tem crescido continuamente há algumas décadas. Em algumas regiões é possível encontrar um grupo de idosos que não tiveram limitações desencadeadas, mas também, podemos encontrar grupos nas quais, os idosos possuem vulnerabilidade maior, necessitando de maior cuidado e atenção da equipe da área de saúde e de seus familiares. Essa comparação é dada mediante ao estilo de vida de acordo com a região e classe social.
As quedas são uma das principais causas de acidentes entre os idosos, podendo levar até a morte. Desse modo, o grupo de pessoas que têm alcançado a terceira idade, requer cuidados maiores, especialmente, aqueles que possuem algum tipo de limitação. Sendo que, medidas preventivas, como a adaptação de ambiente, eliminação de 3
obstáculos e implementações que possam facilitar a locomoção dessas pessoas, são imprescindíveis a partir de determinado momento, visando atenuar o risco de acidentes, garantindo uma maior segurança. Os fatores responsáveis e que justificam esse cenário referem-se especialmente pelo declínio das taxas de fecundidade e queda dos índices de mortalidade (AVELAR, 2018).


Diante a essa informação, com a redução da taxa de natalidade, a realidade resulta em uma população idosa numerosa que requer uma maior demanda por cuidados específicos. De acordo com Silva et al. (2018) o ato de envelhecer traz para a população idosa e para as pessoas de forma geral, características e preconceitos que levam à exclusão ou a inclusão do idoso. O pensamento arcaico de que o idoso é incapaz de desenvolver suas próprias atividades contribui para sua exclusão, ocorrendo até mesmo, no ambiente familiar. Esse tipo de exclusão faz com que a pessoa idosa se sinta desprezada ou sem utilidade no meio em que vive, o que pode desencadear quadros de depressão ou outras condições emocionais semelhantes. Portanto, todas as iniciativas de promoção de saúde, de assistência e de reabilitação em saúde devem ter como meta aprimorar, manter ou recuperar a capacidade funcional do indivíduo, valorizar a autonomia, ou autodeterminação, e a independência física e mental (VERAS, 2008).


Contudo, apesar de tanto nos países desenvolvidos, como nos em desenvolvimento, esse envelhecimento populacional ter acarretado transformações na incidência e prevalência das doenças, bem como alavancado os índices de óbitos causados pelas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), ao mesmo tempo não fez com que surgissem políticas públicas que, verdadeiramente, atendessem suas reais necessidades. (MOREIRA et al., 2013).


Nos últimos anos houve um aumento significativo de doenças crônicas entre os idosos, que os coloquem em condições delicadas. Essas doenças exigem cuidados contínuos, o que pode sobrecarregar o Sistema Único de Saúde.
Além do rápido envelhecimento da população, e consequente aumento na incidência das DCNT, convive-se também com a crescente ameaça das doenças infecciosas, e das chamadas causas externas e violências, configurando, assim, 4
uma “tripla carga” de morbidades, manifesta dana associação de prevalências preocupantes de doenças infecciosas e parasitárias, causas externas e doenças crônicas (GOULART, 2011).
Além dos aspectos citados anteriormente, essas doenças visam aumentar a fragilidade física e funcional, ocasionando quedas, vulnerabilidade e até mesmo internação.


3 ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO DE AGRAVOS
Visto que, a população idosa tem aumentado a nível mundial, as equipes precisam estar preparadas para atender esse público, em prol de contribuir de maneira significativa. Além disso, é perceptível a fragilidade física e funcional dos idosos, o que pode acarretar aumento de quedas e internações. Oliveira et al. (2018) explicam que o sedentarismo está associado aos aspectos negativos para o bem-estar no processo de envelhecimento por favorecer a fragilidade.


A academia, que por muito tempo foi associada exclusivamente à estética, atualmente se tornou um ambiente em que muitas pessoas buscam prevenir doenças, além de alcançar o objetivo de combater o sedentarismo. Vale ressaltar, que o sedentarismo pode acarretar muitas doenças, não somente com limitações físicas, porém, problemas mentais como a depressão e ansiedade. Além de causar o envelhecimento precoce. Silva et al. (2018) explicam que os estudos realizados por Williams e Penman (2015), sobre intervenções baseadas em relaxamento dirigidas a população idosa sempre apontam resultados favoráveis. Após a realização das atividades, foi perceptível a satisfação dos envolvidos em relação às práticas exercidas, evidenciado pelo relato verbal, onde os mesmos declararam se sentirem bem melhores, relaxados e confortáveis (SILVA ET AL., 2018).


Atividades físicas trabalha a atenção, concentração, percepção, lateralidade, ritmo, memória recente, orientação espacial, estimulando diversas habilidades psicomotoras e cognitivas do idoso, melhora a coordenação motora e o 5
condicionamento físico associado à sensação de satisfação física e emocional do idoso, além de que propicia benefícios para o corpo e a mente. (SILVA et al., 2018).]
Segundo Barreto et al. (2015) percebe-se que profissionais que atuam na rede executando os cuidados primários podem fornecer atendimento de alta qualidade em muitas áreas que eram tradicionalmente domínio dos médicos. A abordagem multiprofissional da equipe que presta assistência ao cuidado do idoso impulsiona a funcionalidade e independência no envelhecimento (OLIVEIRA et al., 2018).
Também é fundamental a capacitação do profissional voltada à clínica ampliada por esta interferir positivamente na atenção e promoção à saúde frente ao cuidado do idoso (OLIVEIRA et al., 2018). Ademais, constatou-se que os idosos expressaram desconfiança e falta de credibilidade no atendimento, visto que muitos obtiveram uma resposta inadequada nos serviços de atenção e promoção à saúde a ponto de considerar que as complexas necessidades que possuíam não seriam atendidas (OLIVEIRA et al., 2018). Para que haja mudanças significativas, é necessário que a equipe esteja preparada para prestar atendimento e suporte aos pacientes.


Contudo, é possível reorganizar a atenção e promoção à saúde da população idosa, além de consolidar meios que permitam melhores resultados assistenciais no processo de cuidado (OLIVEIRA et al., 2018). Portanto, é imprescindível que a equipe incentive a prática regular de atividades físicas, uma alimentação equilibrada e o abandono de hábitos prejudiciais à saúde, como o consumo excessivo de álcool e tabagismo.
Os profissionais da saúde devem estar devidamente alinhados e preparados para conduzir o melhor cuidado ao paciente, levando em consideração as particularidades de cada indivíduo, em prol de desenvolver estratégias adaptadas que estejam ao alcance das capacidades e necessidades do paciente. Verifica-se, portanto, que as intervenções de enfermagem e multiprofissional possíveis nas DCNT pertencem a uma ampla gama de situações. Podem ser realizadas ações educativas voltadas para a mudança de comportamentos, assim como cuidados continuados, de longa duração, planejados de forma prospectiva e proativa e apoiados fundamentalmente na atenção primária à saúde (BARRETO et al., 2015). 6
A assistência da equipe multidisciplinar busca melhorias na atenção e promoção à saúde por meio do acesso à assistência em situações de fragilidade, prevenção e redução da incapacidade. Este o principal instrumento de minimizar os agravos nessa faixa etária, além de promover o cuidado adequado (OLIVEIRA et al., 2018). O profissional de enfermagem atua como elo entre os demais profissionais de saúde, pacientes e família. Além de realizar as intervenções clínicas, os enfermeiros devem identificar os sinais de vulnerabilidade precocemente para elaborar ações que contribuam para um cuidado integral e humanizado, respeitando o processo de cada paciente.
De acordo com Ribeiro (2015), evidências científicas corroboram com o argumento de que fatores modificáveis, como dieta e atividade física, interferem no processo de envelhecimento e podem intensificar ou amenizar os efeitos adversos decorrentes do passar dos anos (Peskind et al., 2014; Barton, 2014; Barton, 2013). Esse cuidado prestado proporciona uma qualidade de vida, propiciando uma vida longa e saudável. Nesse contexto, a atuação do profissional de enfermagem é essencial para promover a saúde e a educação em saúde. Através de abordagens humanizadas para fazer com que o paciente possa aderir hábitos saudáveis, além de contribuir para o acompanhamento contínuo, proporcionando um envelhecimento digno para garantir a autonomia do indivíduo e o bem-estar.
A promoção de atividades físicas devem ser estimuladas desde as primeiras fases da vida e, principalmente para a população que possui a idade mais avançada. Portanto, é fundamental incentivar a prática de atividades físicas acompanhada de uma alimentação saudável. O estímulo pelo exercício físico com o objetivo de prevenir quedas, melhorar o funcionamento físico, proporcionar bem-estar, dar esperança para uma vida ativa e com qualidade na velhice é uma excelente alternativa à promoção de saúde (OLIVEIRA et al., 2018).



4 CONCLUSÃO
O envelhecimento está ligado com as ações que o indivíduo realizou anteriormente, sendo que, muitos agravantes podem ser evitados através de atividades simples que proporcionarão maior disposição. Além disso, a boa alimentação está interligada com o envelhecimento ativo.
Entretanto, é notório que muitas pessoas não possuem as mesmas condições e oportunidades para adotar práticas essenciais que garantem uma vida saudável, com a finalidade de alcançar a terceira idade sem doenças ou limitações agravantes.
A equipe multidisciplinar tem um papel imprescindível na vida dos pacientes que estão na terceira idade. Além do incentivo, é essencial que tenha o acompanhamento para propiciar o envelhecimento saudável. A equipe deve ter qualificação recomendada para passar segurança aos seus pacientes, serem compreensivos e estudar cada caso isoladamente mediante a particularidade do paciente, transmitindo segurança e transparência com cada técnica e atitude a ser desenvolvida.
É fundamental que haja investimento em políticas públicas que promovam a saúde, prevenindo doenças e garantindo uma vida saudável. Para isso, saúde, assistência social e educação devem ser integradas como pilares fundamentais, trabalhando ativamente juntos para superar os desafios impostos a essa situação, garantindo à população um envelhecimento digno.


Enfermeira- Rosiane Patrícia Vieira Silva – 25 de julho 2018


5 REFERÊNCIAS
AVELAR, K. E. S. Uma análise do contexto do envelhecimento populacional pelas percepções do desenvolvimento sustentável. Revista Plurais – Virtual (e-ISSN 2238-3751), [S. l.], v. 12, n. Fluxo Cont, p. e2018003(1–22), 2018. Disponível em: 8
//www.revista.ueg.br/index.php/revistapluraisvirtual/article/view/12466. Acesso em: 8 maio. 2018.
BARRETO, M. da S.; CARREIRA, L.; MARCON, S. S. Envelhecimento populacional e doenças crônicas: Reflexões sobre os desafios para o Sistema de Saúde Pública. Revista Kairós-Gerontologia, [S. l.], v. 18, n. 1, p. 325–339, 2015. DOI: 10.23925/2176-901X.2015v18i1p325-339.
GOULART, F. A. A. Doenças crônicas não transmissíveis: estratégias de controle e desafios e para os sistemas de saúde. Brasília(DF): Organização Pan-Americana de Saúde. (2011). Recuperado em 25 junho, 2014, de:http://apsredes.org/site2012/wp-content/uploads/2012/06/Condicoes-Cronicas_flavio1.pdf.
GOUVEIA, L. A. G. Envelhecimento populacional no contexto da Saúde Pública. Tempus – Actas de Saúde Coletiva, [S. l.], v. 6, n. 4, p. Pág. 101–111, 2012. DOI: 10.18569/tempus.v6i4.1208.
MOREIRA, R. M; SANTOS, C.E.S; COUTO, E. S; TEIXEIRA, J. R. B; SOUZA, R. M. M. M. Qualidade de vida, Saúde e Política Pública de Idosos no Brasil: uma reflexão teórica. São Paulo (SP): Revista Kairós-Gerontologia,16(1),27-38. (2013).
OLIVEIRA, M. C. C; PEREIRA, K. D; OLIVEIRA, M. A. C; PINTO, M. A. T. C; LUCENA, J. M. C.; LEITE, M. F.; LUCENA, L. B. S; FONSECA, R. C. Importância da atenção e promoção à saúde frente ao processo de cuidado da pessoa idosa. Revista Brasileira de Revisão de Saúde, [S. l.], v. 1, pág. 1151–1163, 2018. DOI: 10.34119/bjhrv4n1-102.
SILVA, W. et al. “Educação em saúde: prevenção de agravos no processo saúde-doença da pessoa idosa. 2018.

VERAS, R. Envelhecimento Populacional: Desafios e Inovações Necessárias para o Setor Saúde. Ano 7, Janeiro / Junho de 2008.

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