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DESAFIOS E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM HIPERTENSÃO E DIABETES


Rosiane Patrícia Vieira Silva- 25 de Setembro 2024


RESUMO- O artigo aborda os desafios enfrentados no cotidiano de pessoas idosas que convivem com doenças como hipertensão e diabetes. Além disso, destaca a importância dos cuidados necessários para alcançar uma boa qualidade de vida e promover um envelhecimento ativo, com disposição para realizar atividades simples do cotidiano. O artigo tem o objetivo de apresentar os principais obstáculos e dificuldades vivenciados por esses pacientes, mas também mostrar que é possível manter uma vida saudável mesmo na terceira idade. Os resultados da pesquisa indicam que muitos idosos estão suscetíveis a essas duas enfermidades, que figuram entre as mais comuns na população com essa faixa etária.


PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão; Diabetes; Envelhecimento.
ABSTRACT- The article addresses the challenges faced in the daily lives of elderly people who live with diseases such as hypertension and diabetes. In addition, it highlights the importance of the necessary care to achieve a good quality of life and promote active aging, with the willingness to perform simple daily activities. The article aims to present the main obstacles and difficulties experienced by these patients, but also to show that it is possible to maintain a healthy life even in old age. The results of the research indicate that many elderly people are susceptible to these two diseases, which are among the most common in the population in this age group.
KEYWORDS: Hypertension; Diabetes; Aging.


1 INTRODUÇÃO
De acordo com Veras (2008) o envelhecimento populacional é um dos maiores desafios da Saúde Pública contemporânea. Esse acontecimento é marcado pelo crescimento da população idosa, devido à baixa taxa de natalidade, propiciando assim, o aumento significativo. Esse aumento expressivo impõe novas demandas necessárias aos sistemas de saúde, exigindo cuidados específicos e maior atenção a esse grupo de pessoas.
Diversas doenças podem comprometer a qualidade de vida da população, sendo que algumas são prevalentes entre pessoas da terceira idade. A população idosa é especialmente prejudicada pela hipertensão. O envelhecimento é acompanhado de alterações fisiológicas que predispõem os idosos a essa condição (MAIA, 2024). Além da hipertensão, muitas pessoas estão suscetíveis a conviverem com diabetes, que é outra enfermidade que interfere negativamente no cotidiano de pessoas idosas.
A atenção à saúde básica é a base do controle e do tratamento da hipertensão. Neste nível de atenção ocorre o seguimento dos pacientes hipertensos, através de consultas regulares, monitorização da pressão arterial e a prescrição de medicamentos (MAIA, 2024). É essencial que essas pessoas recebam cuidados específicos e adequados para garantir que suas necessidades sejam atendidas, com o propósito de assegurar a melhor qualidade de vida, respeitando os limites e as condições da realidade de cada paciente.
A pesquisa tem como finalidade relatar os desafios enfrentados pelo grupo de pessoas da terceira idade que convivem com doenças como hipertensão e diabetes, relatando os impactos que essas enfermidades podem gerar na vida social e mental do paciente. Além disso, tem o objetivo de identificar e pontuar possíveis estratégias que visam contribuir para a melhoria da qualidade de vida desses indivíduos, em busca de contribuir significativamente na promoção do envelhecimento saudável.


2 DESAFIOS VIVENCIADOS POR IDOSOS COM HIPERTENSÃO E DIABETES
A falta de conhecimento e de cuidados com a saúde pode desencadear uma série de consequências negativas na vida do indivíduo. Várias doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, podem ser desenvolvidas devido aos hábitos inadequados, como a má alimentação, ou até mesmo, o sedentarismo. Portanto, a ausência de orientações que propiciam a prevenção dessas doenças agravam esses riscos, comprometendo o bem-estar. De acordo com Maia (2024) a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a diabetes são duas condições médicas que afetam frequentemente as pessoas idosas. O diabetes é uma doença metabólica caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue. Existem dois tipos principais de diabetes: tipo 1 – o pâncreas não produz quantidade suficiente de insulina; tipo 2 – o corpo não utiliza corretamente a insulina produzida. O diabetes do tipo 2 é mais comum na pessoa idosa e geralmente ocorre com um estilo de vida sedentário, obesidade e resistência à insulina (CASTRO et al., 2021).


Ambas as doenças têm um impacto direto na qualidade de vida da pessoa idosa. Além disso, os efeitos físicos, como fadiga, falta de energia e dor, também podem afetar a saúde mental e emocional do paciente idoso (MAIA, 2024). Esses são os sintomas mais recorrentes entre os pacientes, que podem prejudicar a autonomia e capacidade funcional no meio social. Vale ressaltar que, frequentemente, muitos pacientes não seguem as orientações básicas e fundamentais para a melhora do quadro clínico, podendo comprometer o tratamento, retrocedendo o processo de recuperação em vez de propiciar avanços.
Dentre as doenças crônicas, a hipertensão arterial e o Diabetes mellitus são as mais comuns, cujo tratamento e controle exigem alterações de comportamento em relação à dieta, ingestão de medicamentos e o estilo de vida (MIRANZI, 2008). Vários fatores podem influenciar no desenvolvimento das doenças crônicas, portanto, existem abordagens que podem propiciar avanços na qualidade de vida, proporcionando melhoras no quadro clínico.


Segundo Miranzi (2008) a preocupação e a dificuldade em se conceituar o termo Qualidade de Vida (QV) surgiram desde meados da década de 70. Nos dias atuais não houve consenso entre os pesquisadores sobre a definição do termo. Essa dúvida surgiu anteriormente devido a amplitude do conceito, por depender do contexto ou da sociedade, além de variar de acordo com diferentes áreas, por envolver aspectos subjetivos e objetivos.
De acordo com Maia (2024) a hipertensão e a diabete são a maioria das enfermidades crônicas desse grupo etário. As doenças mencionadas ganham destaque no contexto do envelhecimento, uma vez que afetam justamente a saúde da população idosa. Além dessas duas doenças pontuadas, é importante salientar que a obesidade também desempenha um papel crucial no desenvolvimento de várias doenças, além de hipertensão e diabetes, mas também, problemas cardíacos, que prejudica não somente os idosos, mas pessoas de qualquer faixa etária. Segundo Gouveia (2012) a obesidade leva aos distúrbios das condições de saúde do organismo, sendo representados por distúrbios psicológicos, sociais, aumento do risco de morte prematura e o aumento de risco de doenças crônicas, como diabete, hipertensão arterial, dislipidemias, doenças cardiovasculares e câncer.


3 PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA
A predisposição genética, a má alimentação e a classe social podem gerar o aumento da vulnerabilidade do indivíduo ao avanço de doenças, estando suscetível a adquirir doenças agravantes ao longo da vida. Há vários fatores que desencadeiam consideravelmente as enfermidades, como o sedentarismo junto a alimentação inadequada. Algumas dessas condições, como a hipertensão e diabetes, são mais comuns em determinados grupos, interferindo diretamente na capacidade do paciente de realizar suas atividades diárias. A hipertensão ou a hipertensão arterial é uma condição ou doença de longo prazo em que os níveis de pressão arterial aumentam e levam a complicações graves, como doenças cardiovasculares e renais (MAIA, 2024).


Na realidade brasileira, a hipertensão é uma das doenças crônicas mais comuns entre a população (MAIA, 2024). Visto que essa doença é desenvolvida devido ao aumento de rigidez arterial e perda da elasticidade vascular, a falta de atividades físicas e o descuido com a alimentação contribuem com essa morbidade que tem gerado grandes complicações aos idosos. Diagnósticos antecipados proporcionam maneiras de tratamentos de início imediato, evitando complicações graves. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de o paciente reverter o quadro de sua saúde, minimizando os impactos negativos a longo prazo, além de possibilitar intervenções eficazes.
Existe um programa voltado para a prevenção de doenças cardiovasculares e renais, que concede tratamento contínuo e monitoramento necessário para proporcionar melhoria da qualidade de vida do indivíduo. Esse programa é conhecido como Hiperdia. O hiperdia é um programa desenvolvido pelo Ministério da Saúde para ajudar no controle da hipertensão (MAIA, 2024). Esse programa desempenha um papel crucial no progresso da saúde, não apenas pelo acompanhamento regular, mas por identificar precocemente quaisquer possíveis complicações.
Maia (2024) explica que a Hiperdia é um programa do Sistema Único de Saúde que tem por objetivo o controle e acompanhamento de pacientes portadores de hipertensão arterial e diabéticos. Portanto, com esse programa é possível manter a doença sob controle, proporcionando uma vida estável para o paciente.
Para evitar o excesso de consultas desnecessárias nos serviços de saúde, deve-se organizar uma estrutura distinta daquelas existentes para as demais faixas etárias. A maioria das doenças crônicas dos idosos tem seu principal fator de risco na própria idade (VERAS, 2008). Isso reforça a necessidade de ampliar as políticas públicas para garantir que os cuidados sejam oferecidos de acordo com a particularidade de cada paciente, considerando as mudanças ocasionadas devido ao envelhecimento. Além disso, é necessário promover um cuidado integral, que seja eficiente de acordo com as necessidades das pessoas idosas, assegurando um envelhecimento ativo.


O foco de ter uma equipe preparada para auxiliar a população que está na terceira idade, é contribuir na qualidade de vida, proporcionando a autonomia e uma 5
vida funcional. Portanto, todas as iniciativas de promoção de saúde, de assistência e de reabilitação em saúde devem ter como meta aprimorar, manter ou recuperar a capacidade funcional do indivíduo, valorizar a autonomia, ou autodeterminação, e a independência física e mental (VERAS, 2008). Sendo assim, a implementação de políticas públicas adequadas será primordial para atender às demandas crescentes, contribuindo no atendimento, propiciando suporte integral e eficiente.
Essas políticas focam não apenas no tratamento, mas também na prevenção e garantia do envelhecimento ativo, que evidencia o bem-estar do indivíduo. A integração entre os pilares da educação, saúde e assistência social é relevante para o desenvolvimento de ações que visam prevenir doenças, proporcionando um hábito de vida com maior qualidade. Esses setores, ao serem trabalhados de maneira articulada, propiciam a formação de hábitos de vida mais saudáveis, respeitando a possibilidade de cada pessoa. Essa abordagem permite precaver situações agravantes e fortalecer a autonomia, promovendo a inclusão social. Vale ressaltar, que o paciente precisa estar disposto a aceitar as mudanças para que haja resultados positivos. Em outras palavras, se um indivíduo não segue os preceitos estabelecidos como adequados e opta pelo uso de tabaco, de álcool, leva uma vida estressada, ingere grande quantidade de gordura animal, consome açúcar e sal em excesso, não faz atividade física, ou seja, não leva uma vida definida como saudável, ele, individualmente, está abrindo mão da possibilidade de viver mais e, de forma consciente, está optando em reduzir anos de sua vida (VERAS, 2008).
O cuidado com a saúde deve começar desde as primeiras fases da vida, por meio de uma alimentação equilibrada e da prática regular de exercícios, que proporcionam um estilo de vida ativamente melhor e saudável. A adoção de hábitos saudáveis ao longo do tempo pode reduzir significativamente as chances de limitações físicas e funcionais que interferem no cotidiano da população na terceira idade. Especialmente, essas condições têm um impacto diretamente no bem-estar físico e mental, além da qualidade de vida dos idosos. Ambas as condições precisam ser tratadas continuamente com medicamentos e estilo de vida saudável, enquanto isso é frequentemente difícil de ser feito para essa faixa etária (MAIA, 2024).


Definidas como qualquer condição prolongada, que dure mais que três meses, geralmente progressivas e não curáveis, as doenças crônicas em sua maioria podem ser controladas por terapêutica medicamentosa e mudança de hábitos, ocorrendo com maior frequência em idosos (GOUVEIA, 2012). Diante do exposto, a prevenção e o controle desses agravos, HAS e diabetes, são primordiais para amenizar as consequências negativas na vida e saúde do idoso. Para tal, é vital a atuação de uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, a fim de assegurar um tratamento eficiente e integral (MAIA, 2024). A abordagem multiprofissional da equipe que presta assistência ao cuidado do idoso impulsiona a funcionalidade e independência no envelhecimento (OLIVEIRA et al., 2021).


Os desvios nutricionais na população idosa vêm sendo demonstrados por diferentes estudos, que mostram elevada prevalência de subnutrição, que aumenta o risco de infecções e mortalidade, e excesso de peso, que aumenta o risco de doenças crônicas (GOUVEIA, 2012).
Segundo Maia (2024) outra maneira de controlar a hipertensão e diabetes em pessoas idosas é a Educação em saúde. A educação para a saúde é fundamental para o controle da hipertensão e diabetes no futuro próximo ou entre as pessoas idosas. Fornecer as informações e estratégias corretas para aquela porção da população pode ajudar a evitar doenças graves e dignas de morte (MAIA, 2024).
O papel do enfermeiro vai além da assistência clínica, destacando-se como mediador no suporte familiar, além de promover uma abordagem holística do cuidado, considerando não apenas os aspectos físicos, como também as condições emocionais e psicológicas que envolvem o paciente. A enfermagem desempenha um papel central nesse processo, proporcionando uma assistência integral que vai além do tratamento técnico. O idoso requer dos profissionais de atenção primária um enfoque que englobe a prevenção e a detecção precoce dos agravos à saúde (GOUVEIA, 2012). Portanto, é possível promover melhorias significativas no bem-estar físico e mental do paciente.
Idosos necessitam de mais atenção dos serviços de assistência social e de saúde, dessa forma, é de extrema importância a construção de políticas efetivas que 7
garantam e protejam as pessoas idosas, reduzindo as desigualdades e colocando o envelhecer com saúde como um direito (GOUVEIA, 2012).


4 CONCLUSÃO
As doenças relatadas na pesquisa comprometem diretamente a qualidade de vida da população, prejudicando a saúde física e mental dos pacientes. A prevenção requer muito cuidado e dedicação ao longo dos anos, mas é notável que nem todos estão dispostos a se dedicar à saúde desde a juventude, mesmo diante de informações necessárias.
Vale ressaltar que as desigualdades de classe social são um fator determinante para que muitas pessoas não consigam manter uma alimentação saudável e equilibrada. Do mesmo modo, a falta de acesso à informação reforça a realidade de muitas pessoas, pois, em muitas regiões do Brasil, há grupos populacionais que não recebem as mesmas orientações em saúde devido à escassez de recursos.
Além da capacitação adequada da equipe da área de saúde, é imprescindível que o paciente tenha o suporte da família para enfrentar as dificuldades impostas pelas enfermidades, principalmente, quando se trata de uma pessoa limitada a diversas atividades consideravelmente simples.
Há quadros que são irreversíveis, em contrapartida, o diagnóstico precoce visa contribuir significativamente na melhoria da qualidade de vida do indivíduo, principalmente, alinhado com uma equipe preparada para lidar com a particularidade de cada paciente.

Rosiane Patrícia Vieira Silva- 25 de Setembro 2024


5 REFERÊNCIAS
CASTRO, R. M. F. et al. Diabetes mellitus e suas complicações – uma revisão sistemática e informativa. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 1, p. 3349-3391, 2021.
GOUVEIA, L. A. G. Envelhecimento populacional no contexto da Saúde Pública. Tempus – Actas de Saúde Coletiva, [S. l.], v. 6, n. 4, p. Pág. 101–111, 2012. DOI:
10.18569/tempus.v6i4.1208.
MAIA, A. G. O. Desafios na efetivação do tratamento de idosos portadores de hipertensão e diabetes: uma análise sobre as limitações do programa hiperdia no contexto da atenção básica. (2024). RECIMA21 – Revista Científica Multidisciplinar – ISSN 2675-6218, 5(6), e565362. https://doi.org/10.47820/recima21.v5i6.5362.
MIRANZI, S. S. C. et al. Qualidade de vida de indivíduos com diabetes mellitus e hipertensão acompanhados por uma equipe de saúde da família. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2008 Out-Dez; 17(4): 672-9.
OLIVEIRA, M. C. C; PEREIRA, K. D; OLIVEIRA, M. A. C; PINTO, M. A. T. C; LUCENA, J. M. C.; LEITE, M. F.; LUCENA, L. B. S; FONSECA, R. C. Importância da atenção e promoção à saúde frente ao processo de cuidado da pessoa idosa. Revista Brasileira de Revisão de Saúde, [S. l.], v. 1, pág. 1151–1163, 2021. DOI: 10.34119/bjhrv4n1-102.
VERAS, R. Envelhecimento Populacional: Desafios e Inovações Necessárias para o Setor Saúde. Ano 7, Janeiro / Junho de 2008.

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