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BIOESTIMULADOR DE COLÁGENO – ÁCIDO POLI- L- LÁCTICO-NO ENVELHECIMENTO CUTANEO


Dra. Núria Regina da Rosa Alves.
Biomédica Especializada.

Florianópolis, 5 de setembro de 2023


Resumo
Com o rejuvenescimento facial busca-se diminuir as marcas de expressão, flacidez e rugas na face, com naturalidade e harmonia, preservando a expressão particular de cada rosto sem alterar os atributos. Assim, o objetivo deste artigo foi de estudar os principais benefícios de utilizar o bioestimulador de colágeno com ácido poli-l-láctico no tratamento facial. O trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica. Compuseram a amostra desta pesquisa cinco (5) artigos científicos, resultantes da aplicação dos descritores, critérios de inclusão e análise crítica. Constatou-se então que, os tratamentos com bioestimulador de colágeno com ácido poli-L-láctico (PLLA) são eficientes e seguros, se for aplicado por um profissional qualificado e de forma adequada. Essa técnica trata a flacidez, auxiliando na firmeza da pele, propiciando um rosto mais jovem, com aparência mais harmônica, prevenindo e retardando os sinais de envelhecimento da face. Ainda, o efeito final do tratamento com PLLA depende da avaliação facial com cautela, com orientação correta para cada tratamento, do emprego da prática preparo e aplicação do produto, e por fim, atributos particulares do indivíduo.
Palavras-chave: Ácido Poli-L-Láctico; Bioestimuladores de Colágeno; Envelhecimento da Pele.
1Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Avantis – UniAvan. 2023/1

Egressa do Curso de Graduação em Biomedicina. E-mail: nuriaregina@hotmail.com


COLLAGEN BIOSTIMULATOR – POLY-L-LACTIC ACID
IN SKIN AGING
Abstract
With facial rejuvenation, the aim is to reduce expression marks, flaccidity and wrinkles on the face, with naturalness and harmony, preserving the particular expression of each face without changing the attributes. Thus, the objective of this article was to study the main benefits of using the collagen biostimulator with poly-l-lactic acid in the facial treatment. The work was developed through a bibliographic review. Five (5) scientific articles composed the sample of this research, resulting from the application of descriptors, inclusion criteria and critical analysis.
It was then found that treatments with collagen biostimulator with poly-L-lactic acid (PLLA) are efficient and safe, if applied by a qualified professional and properly. This technique treats flaccidity, helping to firm the skin, providing a younger face, with a more harmonious appearance, preventing and delaying the signs of aging on the face. Still, the final effect of treatment with PLLA depends on careful facial evaluation, with correct orientation for each treatment, on the use of practical preparation and application of the product, and finally, on the individual’s particular attributes.
Key-words: Collagen Biostimulators; Poly-L-Lactic acid; Skin Aging.
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  1. INTRODUÇÃO

    O processo de envelhecimento da face possui atributos individuais, como por exemplo, rugas, manchas, perda de luminosidade, ptose tissular e pele seca. A pele é o órgão que mais reflete essas alterações, por conseguinte, com o passar dos anos, muitas pesquisas estão sendo efetuadas na procura de procedimentos estéticos que contribuem para amenizar o envelhecimento cutâneo. (BARBA; RIBEIRO, 2009).
    Nesse sentido, a busca por uma face mais atraente, a percepção pela beleza, tem influenciado a ciência e a tecnologia para atender esse mercado em expansão, onde homens e mulheres tentam alcançar uma aparência mais jovem, harmônica dos terços faciais, mesmo que não sejam determinantes, pois pequenas assimetrias já são atrativas, e estabelecem a característica particular de uma face (MATA et. al. 2021).
    É essencial analisar as precisões de cada indivíduo, analisando os atributos positivos e negativos da face, para conseguir propiciar um tipo de tratamento adequado, auxiliando assim, no rejuvenescimento e embelezamento de modo natural e melhorado (BARBA; RIBEIRO, 2009).
    O processo de envelhecimento é algo natural, no qual acontece através do processo intrínseco e extrínseco, e pode ser definido como agrupamento de alterações fisiológicas inevitáveis, porém reversíveis (BARBA; RIBEIRO, 2009).
    Os procedimentos estéticos de rejuvenescimento facial, tem a função de prevenir o envelhecimento cutâneo, deixando a pele mais integra, sem marcas de expressões, flacidez e rugas. Segundo Gabriel (2020), esse processo consiste em melhorar a aparência com naturalidade e harmonia, preservando a expressão particular de cada rosto sem alterar os atributos.
    Diversas intervenções com práticas minimamente invasivas que influenciam o colágeno são orientadas, como: microagulhamento, peelings químicos, lasers fracionados para auxiliar na textura da pele, radiofrequência no qual demonstra ondas que atravessam as camadas mais profundas da pele, promovendo a contração das fibras de elastina e colágeno, o ultrassom microfocado propiciando um resultado lifting (MATA et. al. 2021).

    Dessa maneira, o objetivo deste artigo foi analisar os principais benefícios de utilizar o bioestimulador de colágeno ácido poli-L-láctico no rejuvenescimento cutâneo. O estudo se justifica pela importância de abordar esse assunto, visto que procedimentos estéticos que entregam resultados naturais, estão crescendo a cada dia mundialmente.
  2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
    2.1. Envelhecimento da pele
    O maior órgão do corpo humano é a pele, constituindo aproximadamente 15% do peso corporal, com uma extensão que pode chegar entre 1,5m a 2,0m. Esse órgão exerce diversas funções, sendo vista como a primeira linha de defesa contra agressões de danos ambientais (RODRIGUES; CAGNANI, 2022).
    A epiderme é a camada mais superficial da pele, responsável pelo primeiro contato com o ambiente externo, e a derme, a camada média, a qual constitui o tecido de sustentação que nela atravessa os vasos e nervos, onde estão implantados os anexos cutâneos como as glândulas sudoríparas, pelos, glândulas sebáceas e unhas.
    (RODRIGUES; CAGNANI, 2022).
    Nesse contesto, a pele é o órgão mais afetado do corpo humano quando se trata de envelhecimento, ao avançar dos anos, a pele promove redução da elasticidade, fragilidade, atrofia, colágeno e gordura. Por conseguinte, o envelhecimento cutâneo que se exterioriza por meio de rugas, linhas de expressão e flacidez (RODRIGUES; CAGNANI, 2022).
    Esse órgão começa o processo de envelhecimento aproximadamente a partir dos 30 anos de idade, porém a transformação das estruturas da pele acontece desde a formação do embrião. Desta forma, a ciência dividiu esses fatores em intrínseco e extrínseco, sendo que, no fator intrínseco acontecem as alterações genéticas e de idade, esperado e inevitável, por outro lado, no fator extrínseco é provocado por fatores ambientais, raios UV, tabagismo, má alimentação, alcoolismo e radicais livres (COIMBRA; URIBE; OLIVEIRA, 2013).
    A multiplicação celular diminui no momento em que o envelhecimento progride, comprometendo a síntese e a atividade de proteínas importantes, que garantem a

    elasticidade e resistência à pele, como no caso da elastina e do colágeno (COIMBRA; URIBE; OLIVEIRA, 2013).
    Os sinais que mais aparecem na pele com o envelhecimento são a atrofia, enrugamento, ptose e lassidão, sendo que, estas alterações na derme, comprometem o alicerce estrutural para epiderme, ou seja, delineiam as mudanças na aparência externa, refletidas no estrato córneo. Já na epiderme, ocorre uma redução da camada córnea, deixando a mesma mais fina, pálida (COIMBRA; URIBE; OLIVEIRA, 2013).
    As alterações que acontecem na derme causam as manifestações inestéticas ocorridas no envelhecimento. Exemplo disso são a flacidez e rugas, sendo estas causadas pelo achatamento nas papilas dérmicas e pelo comprometimento da nutrição celular (FRANZEN; SANTOS; ZANCANARO, 2013).
    Durante o envelhecimento da pele ocorre uma diminuição de fibroblastos, colágeno, diminuição de glicosaminoglicanos, como o ácido hialurônico, impactando na quantidade de água existentes na derme e na sua turgescência (FRANZEN; SANTOS; ZANCANARO, 2013).
    Entretanto, existem procedimentos para reduzir e tratar o processo de envelhecimento, melhorando e auxiliando na nutrição e tônus muscular, possibilitando neste sentido, uma melhora na aparência geral da pele (SANTOS, 2021).
    2.2. Bioestimuladores de colágeno
    As substâncias mais utilizadas como bioestimuladores de colágeno são ácido poli-l-láctico (PLLA), hidroxiapatita de cálcio (CaHa), policaprolactona (PCL). A aplicação dos bioestimuladores são vistos como um procedimento minimamente invasivo que trata linhas finas, rugas, perda de volume, com a formação de novo colágeno dérmico, agindo neste sentido, nas camadas mais profundas da pele (MATA et. al. 2021).
    Os materiais são injetados na derme profunda da face com microcânulas, sendo também indicados na redução do processo de envelhecimento facial e em sua reestruturação, com o intuito de combater a flacidez, e de melhorar a firmeza da pele (MATA et. al. 2021).

    A média de duração dos bioestimuladores varia entre 18 meses a cinco anos de permanência do material no tecido dérmico, e o permanente, Polimetilmetacrilato (PMMA), que não é biodegradável, permanece no organismo (MATA et. al. 2021). Assim, no quadro 1 apresenta-se uma comparação dos bioestimuladores de colágeno.
    Quadro 1: Comparação dos bioestimuladores de colágeno.
    Fonte: Adaptado de Mata et. al. (2021).
    2.3. Colágeno
    A proteína mais importante que o corpo produz é o colágeno, de origem animal, que auxilia na integridade e estrutura dos tecidos. Assim, o colágeno está presente

    nos tecidos conjuntivos do corpo, como ossos, tendões, cartilagens, veias, pele, dentes, músculos e no estrato córneo dos olhos (SILVA, 2012).
    A produção de colágeno com o passar dos anos diminui, necessitando de reposição, que pode ser realizado através do procedimento com bioestimulador de colágeno. De todos os tipos de colágeno já descritos, o colágeno tipo l ocorre em tendões, cartilagens fibrosas, tecido conjuntivo frouxo, tecido conjuntivo espesso sólido, formado por feixes e fibras, encontrado em ossos, tendões e pele (AVELAR, 2022).
    O colágeno tipo II acontece na cartilagem elástica e hialinizada, estando presente nos olhos, cartilagens e discos, também é o principal responsável pela saúde das cartilagens e articulações. Já o colágeno tipo III está disponível no músculo liso, artérias, fígado e útero, e auxilia no desenvolvimento e manutenção da pele (AVELAR, 2022).
    Existe, ainda, o colágeno tipo IV, que pode ser encontrado em locais de grande resistência às tensões, como nos ossos, que precisam de uma estrutura compatível, com a sua função de sustentação (AVELAR, 2022).
    2.4. Ácido poli-l-láctico
    O ácido poli-l-láctico, foi aprovado em 1999 na Europa, como um preenchedor com nome comercial de New- Fill® (Biotech Industry SA), nos Estados Unidos, foi autorizado pela Food and Drug Administration (FDA) em 2004, para o tratamento da lipoatrofia, ligada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), com o nome comercial Sculptra® (PLLA). Posteriormente, essa orientação foi ampliada para indivíduos imunocompetentes para objetivos estéticos (HADDAD et. al. 2017).
    Dessa forma, os polímeros de ácido láctico são utilizados há mais de 30 anos, em diferentes áreas, como implantes intraósseos, placas, pinos ou parafusos em cirurgias de reconstrução e fios de sutura. Segundo Lima (2020), essa substância está aprovada para fins cosméticos na Europa, no Canadá, na Austrália e no Brasil.

    2.5. Mecanismo de ação
    O PLLA é uma substância biocompatível e biodegradável, que ao ser introduzido na pele promove a ampliação do volume da face, por meio da fibroplasia, que acontece através da influência que esse material gera, estimulando uma resposta em seu hospedeiro (FITZGERALD et. al. 2018).
    Dessa forma, a quantidade de produto, planejamento de aplicação e lugar, influenciam o efeito biológico no indivíduo. A resposta esperada depois da aplicação do PLLA é um processo inflamatório subclínico, acompanhado de encapsulamento e fibroplasia para a ampliação de volume no tecido (LIMA, 2020). Na figura 1 observase o mecanismo de ação do PLLA e apresenta-se a reação de corpo estranho a um biomaterial.
    Figura 1 – Mecanismo de ação após aplicação do bioestimulador de colágeno PLLA na face.
    Legenda: Na primeira hora observasse o reconhecimento do corpo estranho e inicia uma inflamação controlada. Em até dois dias observasse a adsorção de proteína com a presença dos Neutrófilos. Do segundo ao décimo dia iniciasse o ataque dos macrófagos e monócitos a substância PLLA. Do décimo dia em diante iniciasse o encapsulamento do corpo estranho com a presença dos fibroblastos, na terceira semana em diante, até 18 meses, observasse a produção de colágeno.
    Fonte: Fitzgerald et. al. (2018).
    Ademais, é pertinente destacar que o ácido poli-l-láctico influencia as fibroplasias e colagenases, que acarretam em resultados de volumização gradual nos locais tratados. Logo depois da injeção de PLLA, há uma reposição visível de volume dérmico em consequência da água estéril e da lidocaína usadas no preparo do

    material, no qual o organismo absorve logo após o procedimento em algumas horas (LIMA, 2020).
    Pelo motivo de ser um material, em que o efeito depende da resposta do hospedeiro, não traz consequências instantâneas, pois o efeito leva de 4 a 6 semanas, o aumento da espessura dérmica depende do número de sessões planejadas (HADDAD et. al. 2017). Na figura 2 pode-se observar uma amostra de biópsia de ácido poli-L-láctico (PLLA) injetado em pacientes, no qual, demonstra uma diminuição da resposta inflamatória, degradação do PLLA e acúmulo de colágeno ao longo do tempo.
    Figura 2: Amostra de biópsia de ácido poli-L-láctico (PLLA) injetado em pacientes
    Legenda: Amostra de biópsia de ácido poli-L-láctico (PLLA) injetado em pacientes, demonstram uma diminuição da resposta inflamatória, degradação do PLLA e acúmulo de colágeno ao longo do tempo. a) Exame histológico 12 meses após a injeção de PLLA, mostrando micropartículas de PLLA com agregação adjacente de células gigantes, histiócitos e fibras colágenas (coloração de hematoxilinaeosina; aumento original x 400). b) Exame histológico 30 meses após a injeção de PLLA, mostrando ausência de micropartículas de PLLA e abundância de colágeno (coloração de hematoxilina-eosina; aumento original de x 400).
    Fonte: VLEGGAAR, FITZGERALD; LORENC (2014).
    A constituição de colágeno e, por conseguinte, o começo da volumização acontece em um período de 1 a 3 meses depois da aplicação do PLLA. Segundo Fitzgerald (2018), quando o material vai se degradando, o efeito da inflamação reduz

    e a produção de colágeno amplia, tendo em vista que seu efeito pode manter-se por anos.
    2.6. Principais contraindicações o uso do ácido poli-l-láctico
    A constituição de colágeno tipo I inicia aproximadamente 10 dias depois da aplicação do ácido poli-L-láctico, e permanece por um tempo de oito a 24 meses. A deterioração do produto acontece através de hidrólise não enzimática, no qual os monômeros de ácido lático são metabolizados em CO2 e água, sendo completamente extintos do organismo em cerca de 20 meses (COSER; ALCÂNTARA, 2020).
    Portanto, as indicações clínicas primordiais no uso do PLLA na estética facial, são o tratamento da flacidez cutânea resultante do processo de envelhecimento e correção do volume de locais deprimidos como rugas, sulcos e cicatrizes atróficas, como por exemplo, cicatriz de acne. Além disso, mudanças oriundas de lipoatrofia e remodelação óssea (FILHO, 2013).
    Ainda, o PLLA pode ser utilizado em outras regiões, como face medial dos braços, pescoço, região peitoral, abdômen e nádegas. Contudo, é necessário evitar locais dinâmicos e esfincterianos do rosto, como a região periorbital e lábios, pelo motivo de que a deslocação repetitiva pode acarretar no acúmulo do produto e no surgimento de nódulos de resposta tardia. Esse método é contraindicado em ocorrências de processos infecciosos e inflamatórios em regiões de aplicação, patologias autoimunes em atividade e colagenoses. Além disso, não pode ser utilizado em pacientes com histórico de queloides e cicatrizes hipertróficas, presença de preenchedores definitivos, mulheres gravidas ou por indivíduos que manifestam hipersensibilidade a qualquer dos constituintes da fórmula (PORTELLA; DUTRA, 2019).
    Desse modo, com base no quadro 2 verificam-se as principais doenças autoimunes que contraindicam o uso do ácido poli-l-láctico, devido aos processos inflamatórios e degenerativos que atacam o tecido conjuntivo do corpo.
    Quadro 2: Principais doenças autoimunes que contraindicam o uso do ácido poli-l-láctico.

    Fonte: Adaptado de Haddad (2017).
    2.7. Recomendações
    Na face, os lugares de aplicação precisam respeitar as áreas de musculatura hiperdinâmica, como a região perioral, periorbital e frontal. Os planos de aplicação podem ser supraperiostal, em locais de suporte ósseo, como o mento, ângulo da mandíbula e iminência malar, para tratar contornos irregulares devido da reabsorção óssea. No plano subcutâneo, a aplicação trata a atrofia dos coxins de gordura, utilizando-se cânula, com retroinjeção em leque. A perda de gordura na área temporolateral, cria concavidades nas regiões temporal e pré-auricular, ocasionando o aumento a demarcação do arco zigomático, que pode ser tratado através da aplicação do ácido poli-L-lático ao longo do coxim temporolateral (HADDAD, 2017).
    A aplicação na região que se estende da pré-auricular, até o ângulo da mandíbula ao arco do zigomático, recomendasse a utilização de cânula, no plano subcutâneo superficial, utilizando a técnica de retroinjeção em leque, restaurando assim o contorno do mento e da mandíbula (HADDAD, 2017).
    É recomendado a aplicação em bólus, no plano supraperiotal, para corrigir as irregularidades do contorno inferior da face, redefinindo o contorno facial (HADDAD, 2017).
  3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
    O presente estudo foi desenvolvido como uma pesquisa de revisão bibliográfica narrativa, do tipo qualitativa, de forma descritiva. Na pesquisa descritiva realiza-se o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência do pesquisador (BARROS; LEHFELD, 2007 p. 147).
    Utilizou-se como base de coleta de dados as bases Google Acadêmico e Scielo. Os descritores usados para a procura foram as palavras Ácido Poli-L-Láctico; Bioestimuladores de Colágeno; Envelhecimento da Pele, o período da coleta e seleção dos artigos no período de Novembro de 2022 à abril de 2023.
    Foram selecionados 224 artigos encontrados na base de dados, entre os anos de 2007 e 2022, com as palavras chaves citadas acima. Dentro dos selecionados, 204 foram excluídos, como critério de exclusão, foi retirado os artigos que continham outras substancias de bioestimuladores, como hidroxiapatita de cálcio e prolactona, também foi excluído artigos com anos anteriores a 2007 e artigos que desviavam do tema principal. Como critério de inclusão foi selecionado os artigos com a substância PLLA, como tema principal o papel do bioestimulador de colágeno com o ácido PoliL-Láctico no rejuvenescimento facial e artigos com datas recentes. Foram selecionados destes 18 artigos 5 como descritores, para a discussão sobre o papel do ácido poli-L-láctico, no tratamento de rejuvenescimento facial, sendo que 1 destes 5 artigos, debate sobre as características químicas e propriedades funcionais do colágeno e os outros 4 restantes discutem sobre o bioestimulador de colágeno.
  4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
    Compuseram a amostra desta pesquisa cinco (5) artigos científicos, resultantes da aplicação dos descritores, critérios de inclusão e análise crítica. Os artigos selecionados tiveram como tema principal o bioestimulador de colágeno ácido Poli-LLáctico e colágeno, para entender o papel desse bioestimulador no rejuvenescimento cutâneo, conforme serão apresentados no quadro 4 a seguir:

    Quadro 4: Apresentação dos artigos selecionados segundo autores/ano, Título, Objetivo e Resultados.
    AVELAR, I. L; Reis, T. A; VIANNA, H. C 2022
    Biostimuladores de colágeno injetáveis utilizados na harmonização orofacial.
    Objetivo
    Apresentar os principais bioestimuladores de colágenos existentes no mercado, como atuam sobre o envelhecimento facial e seus resultados após a aplicação através de uma revisão integrativa.
    Resultado
    Os bioestimuladores são uma opção segura e efetiva para prevenir e reverter os efeitos do envelhecimento, melhorando assim a flacidez da pele, trazendo uma aparência mais harmônica.
    COSER, F. J; ALCANTÂRA, P. F. P 2020
    Uso do ácido Poli-L-Láctico no rejuvenescimento facial
    Objetivo
    Revisão de literatura sobre a utilização do ácido poli-l-láctico como bioestimulador de colágeno no processo de rejuvenescimento facial.
    Resultado
    O uso do ácido poli-l-láctico se soma aos diversos tratamentos empregados no rejuvenescimento facial e na correção volumétrica, tendo a vantagem de proporcionar um resultado mais duradouro e permitir uma abordagem mais global da face, tratando ao mesmo tempo a flacidez cutânea e corrigindo os contornos volumétricos.
    FITZGERALD, R 2018
    Physiochemical caracteristics of poly-l-lactic
    Objetivo
    revisar as características físico-químicas que diferenciam o PLLA dos preenchedores de ácido hialurônico (HA), bem como de outros agentes bioestimuladores, como a hidroxiapatita de cálcio (CaHA) e o polimetilmetacrilato (PMMA).
    Resultado
    Os tratamentos feitos em várias sessões com PLLA, ou mesmo preenchimentos de HA, são atraentes para muitos pacientes que preferem uma abordagem mais lenta e sutil para o rejuvenescimento.
    HADDAD, 2017
    Conceitos atuais no uso do ácido poli-l-láctico para rejuvenescimento facial: revisão e aspectos práticos.
    Objetivo
    Apresentar uma revisão da literatura sobre o ácido poli-l-láctico para rejuvenescimento facial, ao mesmo tempo em que se demonstra a experiência de 12 anos com o produto, a fim de oferecer ao leitor algumas diretrizes sobre seu emprego na clínica dermatológica.
    Resultado
    Apesar da imensa gama de produtos injetáveis para aumento de volume facial, incluindo o ácido hialurônico em diversas apresentações, hidroxiapatita de cálcio e polimetilmetacrilato, o ácido poli-l-láctico é único, em função do seu mecanismo de ação, que promove uma reação tecidual local e gradual, resultando em neocolagênese.
    SILVA, T. F; PENNA, A. L. B 2012
    Colágeno: Caracteristicas químicas e propriedades funcionais.
    Objetivo
    O presente trabalho visa mostrar como ocorre a formação do colágeno e os efeitos benéficos no organismo, bem como as características, propriedades e aplicações em alimentos.
    Resultado
    As pesquisas mostraram os potenciais efeitos benefícios para a saúde e que a suplementação de colágeno em alimentos tem demonstrado resultados promissores, com melhoria das características tecnológicas. Há necessidade de se aumentar as pesquisas dedicadas ao estudo mais detalhado das propriedades funcionais do colágeno, a fim de explorar seu potencial de aplicação em diversas áreas.

    Diante a análise dos artigos e seus respectivos resultados, o bioestimulador ácido poli-l-lático, é atraente para muitos pacientes que preferem um rejuvenescimento cutâneo com resultados satisfatórios e naturais.
    Segundo Silva (2012) a principal característica do envelhecimento da pele é a fragmentação da matriz de colágeno na derme por ação de enzimas especificas. A perda da inserção de colágeno impede que os fibroblastos recebam informações mecânicas, ocorrendo o desequilíbrio entre a produção de colágeno e a ação de enzimas que o degradam. Ele defende a ingestão de colágeno e procedimento estéticos para trazer esse equilíbrio novamente a pele.
    Segundo Avelar (2022), os bioestimuladores são uma opção segura e efetiva para prevenir e reverter os efeitos do envelhecimento, melhorando assim a flacidez da pele, trazendo uma aparência mais harmônica.
    O ácido PLLA, segundo Coser (2020) é uma alternativa viável e segura, e apresenta bons resultados no tratamento de rejuvenescimento facial, principalmente a pacientes em que a maior queixa é a flacidez dérmica, pois o ácido Poli-L-Láctico atua corrigindo contorno volumétrico, aumentando a espessura da derme.
    Haddad (2017) aborda inicialmente uma visão sobre o envelhecimento cutâneo tridimensional, que reconhece como sinais de envelhecimento não só a perda da textura cutânea e as rugas de expressão, como também as perdas volumétricas secundárias, como a redistribuição da gordura facial, remodelação óssea e musculatura de sustentação da face. Segundo Haddad (2017), uma análise correta da face e dos objetivos de cada paciente, permite resultados satisfatórios e naturais. Uma vez injetado o PLLA na pele, ocorre resposta inflamatória local subclínica, com recrutamento de monócitos, macrófagos e fibroblastos, à medida que o ácido poli-l-láctico é metabolizado, permanece a deposição aumentada de colágeno produzida pelo fibroblasto, com consequente aumento da espessura dérmica.
    Para Fitzgerald (2018) o papel do ácido hialurônico serve para preencher diretamente os tecidos moles, já o PLLA atua diretamente na produção de
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    colágeno, e a correção volumétrica final é determinada pelo número das sessões de tratamento, Fitzgerald (2018) realiza uma análise detalhada comparando os dois procedimentos e seus objetivos, ficando claro que o PLLA é atraente para pacientes que estão optando por procedimentos mais sutis.
    O PLLA é uma ferramenta poderosa para fornecer correção da perda de volume facial, descobriu-se que ele é um produto seguro e eficaz com resultados previsíveis e reprodutíveis, principalmente em paciente mais jovens, fazendo o papel de um preventivo poderoso contra o envelhecimento cutâneo.
  5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
    Através dos artigos analisados, foi concluído que o papel do bioestimulador ácido Poli-L-Láctico, como rejuvenescedor cutâneo, possui uma resposta positiva no aumento de tecido, tendo uma resposta previsível, sendo uma poderosa ferramenta para fornecer correção duradoura da perda de volume facial, com resultados sutis, naturais e agradáveis de longa duração.
    O tratamento com bioestimulador de colágeno ácido poli-l-láctico, são eficientes e seguros, se for aplicado por um profissional qualificado e de forma adequada, tratando a flacidez, e auxiliando na firmeza da pele, propiciando um rosto mais jovem, auxiliando no rejuvenescimento da face.
    O efeito do PLLA, de acordo com os estudos selecionados, em virtude de seu meio de ação que abrange a estimulação de uma resposta inflamatória subclínica, acarreta em uma ampliação progressiva no volume da derme e dos tecidos subcutâneos, restaurando a aparência tridimensional da face.


    Florianópolis, 5 de setembro de 2023




    REFERÊNCIAS

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    BARBA, J.; RIBEIRO, E. R. Efeito da microdermoabrasão no envelhecimento facial. Revista Inspirar, p. 6, 2009.
    BARROS, A. J. da S.; LEHFELD, N. A. de S. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
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    COIMBRA, D.; URIBE, N. C.; OLIVEIRA, B. S. de. “Quadralização Facial” No Processo Do Envelhecimento. Surgical, Cometic Dermatology, 2013.
    COSER, F. J.; ALCÂNTARA, P. F. P. Uso do ácido poli-l-láctico no rejuvenescimento facial. 2020. Disponível em: < http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/docume ntos/artigos/c95ab6f335569ee13ed794354992b6b1.pdf> Acesso em: 28. Mar. 2023.
    FILHO, M. S. D. et al. Ácido poli-l-láctico: um agente bioestimulador. Surg cosmet dermatol, v.5, n.4, p. 345-350, 2013.
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    VLEGGAAR, D; FITZGERALD, R; LORENC, Z. P. Composition and mechanism of action of poly-L-lactic acid in soft tissue augmentation. J Drugs Dermatol, 2014.
    FRANZEN, J. M; SANTOS, J. M. S. dos; ZANCANARO, V. Colágeno: Uma Abordagem Para A Estética. Periódicos UNIARP, 2013.
    HADDAD, A. et al. Conceitos atuais no uso do acido poli-l-láctico para rejuvenescimento facial: revisão e aspectos práticos. Surgical & cosmetic dermatology, v. 9, n. 1, p. 60-71, 2017.
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